A SAGA DO PAU-BRASIL

Procurei mostrar a trajetória heróica do Pau-Brasil em nossa História, como se apontando no mapa o curso do Velho Chico. O Brasil, quando mais conhece, mais ama. Mais respeita ** O livro está disponível nas principais LIVRARIAS do país, distribuído pela JURUÁ EDITORA, ou pedido pelo e-mail: welingtonpinto@yahoo.com.br ; welingtonpinto@oi.com.br *** CLIQUE abaixo (View my complete profile) e veja mais sites do autor sobre literatura.

Sunday, April 03, 2005

07/VII - O PAÍS DAS MARAVILHAS


VII


E prossegue Felício Esmaragdo Valverde:

- A madeira vermelha, meus jovens, produz uma sensação ambiciosa de poder na Corte Portuguesa, naqueles anos dos mais surpreendentes descobrimentos. Assim, foi logo decretada sua exploração comercial. Em seguida, Dom Manuel I convoca Gaspar de Lemos para fazer velas, como diziam, até a nova colônia, com o objetivo de verificar as verdadeiras riquezas do lugar; realizar um levantamento minucioso da costa e informar a quantidade presumida de Pau-Brasil, existente.

Nisso, o Diretor olha para a Professora, dando sinal de que queria descansar um pouco, e pede:

- Dona Diana, explique aos seus alunos a missão de Gaspar de Lemos, já que este assunto é também de sua área.

- Com prazer, Professor. Mas fique sabendo que não tenho nenhum jeito de representar, como o senhor faz, imitando sotaque português, dramatizando como poucos a história. Então, vamos lá, Meninos: Partindo de Lisboa, em maio de 1501, com três navios, noventa dias depois, a expedição exploratória de Gaspar de Lemos ancora na costa do atual Estado do Rio Grande do Norte, onde começa o trabalho de identificar, um a um, os acidentes geográficos do litoral da então chamada Terra de Vera Cruz, que, depois, como devem saber Vocês todos, vai receber novo nome por causa da sua madeira principal.

Chico, braço levantado, pede logo mais esclarecimentos:

- Essa história de identificar acidentes geográficos...

- Acidentes geográficos! Ora, Chico, você se lembra muito bem quando estudamos essa matéria na História do Brasil e também em Geografia! Tudo bem, não temos obrigação de lembrar tudo. Podem perguntar à vontade, não é Professor Felício Esma...

- ... ragdo Valverde... Claro que sim, Diana. Bobo quem não pergunta nada.

Rapidinho Cidinha pega a pergunta no ar e entra no assunto dos acidentes geográficos:

- Também vou ajudar, com licença, Dona Diana. Li sobre isso, é muito interessante. Gaspar de Lemos levou com ele especialistas em várias áreas da Ciência. Entre eles, o italiano Américo Vespúcio, cosmógrafo super experiente. Aparecia um morro, um lugar para estacionar um navio, um... Ancoradouro, uma saída de rio para o mar... Uma... Foz de rio, o acidente geográfico acabava batizado com o nome do Santo comemorado naquele dia. Deviam levar também no navio uma folhinha, um calendário, tipo Folhinha de Mariana. Cada dia tem um santo para comemorar.

- Olha aí, Chico: a Cida ganha de você e da tipoia da Maria Vitória! – graceja o colega Robson.

- Muito bem. Quais foram as nomeações feitas por Gaspar de Lemos?

Chico, enciumado, sai na frente:

- Essa eu sei. Decorei todos. Decorar é comigo mesmo. O primeiro: Cabo de São Roque, depois o de Santo Agostinho, os rios... Espere aí... Ah: São Miguel e São Francisco, até cá em baixo, o Porto de São Vicente. Todos. É duro saber de cor e salteado!

Felício dá um tapinha no ombro do Chico, e aperta sua mão:

- Menino supimpa, sô! E a Cidinha, a grande sabichona! Vou ter mais cuidado com esta sua turma, Professora!

Uma voz de menina não identificada:

- Chico Decoreba!

- Cidinha é fogo!

A Professora Diana retoma o fio da meada de sua narrativa:

- Depois da expedição de Gaspar de Lemos, não é Professor Felício?

- Esmaragdo Valverde ...

- ... A notícia da fartura de madeira de tinta no Brasil se espalha rapidamente pela Europa, despertando a cobiça de contrabandistas de todo Mundo. A Coroa Portuguesa se apressa em determinar o monopólio real de sua extração - reserva estatal que permaneceu até o Século XIX, quando os corantes artificiais desbancaram os naturais.

A Professora faz uma pausa e segue:

- Aí... começa a exploração sistemática do Novo Mundo lusitano, principalmente pelos piratas. Navios saem daqui abarrotados de toras de Pau-Brasil, de animais exóticos, como saguis e papagaios, peles de animal, redes de algodão - era elegante uma dama europeia carregar nos braços um macaquinho tupiniquim, amarrado pelo pescoço, por uma corrente de ouro.

- Que pesadelo, meu Deus! Era o homem branco, civilizado, deixando a marca da maldade em nosso Brasil! - critica Ana Laura.

 

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