A SAGA DO PAU-BRASIL

Procurei mostrar a trajetória heróica do Pau-Brasil em nossa História, como se apontando no mapa o curso do Velho Chico. O Brasil, quando mais conhece, mais ama. Mais respeita ** O livro está disponível nas principais LIVRARIAS do país, distribuído pela JURUÁ EDITORA, ou pedido pelo e-mail: welingtonpinto@yahoo.com.br ; welingtonpinto@oi.com.br *** CLIQUE abaixo (View my complete profile) e veja mais sites do autor sobre literatura.

Sunday, April 03, 2005

04/IV - ÍNDIOS VISITAM CABRAL



 

IV


 

O Professor faz uma pequena pausa e continua:

- Naquela noite caiu uma forte tempestade na região, tão forte que, por pouco não causou grandes prejuízos à frota de Cabral. Como a sexta-feira amanheceu cheia de sol, o Conselho de Pilotos, sugeriu ao Capitão levantar as âncoras e fazer velas, em busca de algum lugar mais abrigado. As embarcações pequenas foram na frente, rumo ao norte, à procura de um ancoradouro mais seguro. Após bordejarem umas dez léguas, já à tardinha, atingem a foz do Rio Mutari e descobrem um recife com um excelente porto, ampla entrada, com capacidade para abrigar mais de duzentas caravelas.

Cabral, fundeado com sua nau Capitânia mais ao sul do recife, manda o piloto Afonso Lopes, homem vivo e destro, sondar o porto. Ele toma uma almadia e desce até a praia. Mais tarde, à noitinha, volta trazendo dois indígenas, que foram muito bem recebidos por Cabral e pela tripulação. Entusiasmados com tudo que viam, os nativos logo ficaram à vontade sem se importar com a curiosidade dos portugueses.

Caminha, surpreso, pega a pena e assim descreve os gentios: ... a feição deles é serem pardos - maneira de avermelhados - de bons rostos e bem feitos; andam sem nenhuma cobertura; trazem o beiço de baixo furado e, metido por ele, cenhos brancos de ossos, agudos na ponta como furador. Os cabelos são corredios, e tosquiados de boa grandura.

- Almadia! Que isso, Professor? – pergunta curioso Igor.

- Almadia é uma embarcação muito comprida e estreita. Vem do árabe: al-ma’adiã. Muito bem, continuando: - Cabral pede para mostrar aos nativos um papagaio, eles reconhecem. Depois, uma ovelha, eles nem ligam. Uma galinha, eles ficam assustados e com medo. Depois, Cabral manda servir aos índios, peixe cozido, biscoitos, arrufadas, mel e uma taça de vinho. Rejeitam tudo. Um deles aponta o dedo para o colar de ouro de Cabral e, depois para a praia, querendo dizer que ali havia ouro...

Caminha mata a charada:

- Isso nós assim pensamos, por assim o desejamos.

O Professor deixa de imitar os portugueses e arregala bem os olhos, dizendo:

- Aí que a tripulação ficou mais interessada nos jovens guerreiros!

O olhar do Chico chega a brilhar:

- Os índios mostraram o caminho da mina?

- Os navegantes bem que tentaram tirar deles mais informações sobre metais preciosos. Deram a eles camisas novas, carapuças, dois rosários de contas brancas e alguns guizos. Mas de nada valeu o esforço.

Na manhã seguinte, sábado, Nicolau Coelho e Bartolomeu Dias desembarcam com os dois índios. Ficaram tão contentes e amigos dos portugueses que facilitaram o entrosamento deles com sua tribo.

 

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